sexta-feira, 28 de junho de 2019

Batman 1989 - Revisitando após 30 anos


Filmes Análise
Por Fábio Alves


Batman de 1989 não é só um filme clássico de super herói mas um que redefiniu a industria. Prestes a completar 30 anos de seu lançamento em outubro desse ano, pavimentou o caminho para chegarmos até esse gênero do cinema que fatura bilhões atualmente.



Os filmes de super heróis no cinema dos anos 80 eram bem restritos. Iniciando no final dos anos 70 com o icônico Superman, a Warner dominava com o escoteiro azul e nem sinal da Marvel. E a ordem natural de popularidade seria levar Batman aos cinemas em uma versão modernizada. E tudo veio a acontecer com a renovação do personagem nos quadrinhos na metade dos anos 80 com a impressionante graphic novel “O Cavaleiro das Trevas retorna” de Frank Miller. 










Trouxe uma visão muito mais violenta e sombria do herói, com ares quase sobrenaturais de um ser que trazia medo aos criminosos. E essa versão foi a escolhida para ir ao cinema. Tim Burton, um diretor promissor e autoral foi o escolhido para trazer o vigilante para as telas e não decepcionou visualmente. 









O filme é estranhamente noir, gótico, gangster e até mesmo distópico com uma Gotham City única, mas tudo se combina em um ambiente sufocante e intrigante.









Michael Keaton foi o escolhido para interpretar o herói de baixo de críticas dos fãs mais fervorosos. Mas curiosamente o ator de estatura média e sem estereótipos entregou um Batman\Bruce Wayne austero e reservado, como deveria ser. E hoje é considerado um dos melhores interpretes do herói. 









Mas nada como reapresentar seu maior inimigo e o Coringa teria de estar no projeto. Interpretado por um entusiasmado Jack Nicholson , trouxe um Coringa as vezes exagerado, as vezes genial, mas condizente com a ambição do personagem levando a surtos de loucura e devaneios. 







A personagem Vicky Vale serve como ponte ao mundo real e curiosamente o filme se apóia nela várias vezes como ponto de vista de tudo que esta ocorrendo. Assim como o veterano ator Michael Gough traz um mordomo Alfred extremante humano e relutante às ações de seu protegido. O filme traz ação na medida certa mas sem exageros, com destaque para o incrível batmóvel e um jato estilizado como um morcego que rendem os melhores visuais do filme. 






Mas muitas coisas não funcionaram, como a escolha do Coringa como autor do assassinato dos pais de Bruce Wayne ou mesmo algumas liberdades do diretor que irritaram os fãs. Até mesmo o uniforme foi controverso. Ele funciona mais de forma estática, em belas fotos do que em movimento. Mas é extremante orgânico seu visual e o icônico simbolo amarelo com o morcego ao centro esta presente e é uma marca registrada dos quadrinhos dos anos 80 e 90 do morcego. 








O filme foi um sucesso no lançamento, faturando mais de US$ 400 milhões em bilheteria sendo um recorde pra época. Além de ter ganho um Oscar e gerado uma das melhores animações já feitas: Batman – A Série Animada. Sua sequência, Batman – O Retorno de 1992 também realizada pelo mesmo diretor e Michael Keaton é considerada por muitos críticos como um filme melhor e mais desenvolvido. Mas eu particularmente fico com o filme de 89, pela sua importância para o gênero, pelos visuais mais sombrios e por um Batman de poucas palavras mas de ação na medida certa.


 



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