sábado, 20 de outubro de 2018

Grandes Luas de Saturno e seus segredos

Curiosidades
Por Fábio Alves


O planeta Saturno sempre foi a jóia do sistema solar. Com seus hipnotizantes anéis, sempre cativou os astronômos e mesmo curiosos com sua beleza e segredos. Mas as suas luas hoje tem um foco redobrado, com pesquisas recentes que trazem a tona fascinantes descobertas desde água em estado líquido até a probabilidade de processos orgânicos ou mesmo vida.





Assim quero trazer detalhes dos sete principais satélites naturais de Saturno dos 62 corpos conhecidos, contando com as recentes pesquisas. O sistema de satélites de Saturno é disforme: Titã tem 96% da massa em órbita ao redor do planeta. As outras seis grandes luas elipsoidais constituem aproximadamente 4% da massa, e as restantes 55 pequenas luas, juntamente com os anéis, compreendem apenas 0,04% dessa massa total.






Mimas



Mimas é uma das grandes luas de Saturno. Com 397,2 quilômetros de diâmetro e com um período orbital de 0,94 dias, é o menor corpo do sistema solar a conseguir tomar um formato praticamente esférico. A rotação de Mimas é síncrona, mantendo sempre o mesmo hemisfério virado para Saturno. A densidade média de Mimas é somente 1,2 da densidade da água, e a sua superfície mostra características de gelo de água, dado o seu brilho. A superfície é densamente crivada por profundas crateras. A profundidade das crateras parece ser uma consequência da baixa gravidade da lua. Apesar do seu pequeno tamanho, existem algumas evidências de remodelação da superfície, possivelmente o resultado do derretimento parcial da crosta gelada.







Tétis



Tétis é um satélite natural de Saturno; também conhecido como Saturno III. Tétis é composto quase totalmente por gelo. A superfície de Tétis está intensamente crivada de crateras e contém rachaduras causadas por falhas no gelo. O terreno é composto por regiões com muitas crateras, com uma cintura escura com poucas crateras que se estende ao longo do satélite. As poucas crateras da cintura indicam que Tétis já foi internamente ativa, provocando a reformação da superfície em partes do terreno antigo. Uma formação interessante é uma enorme bacia de impacto com 400 quilómetros chamada Odysseus. A cicatriz do impacto estende-se por mais de dois quintos do satélite, com um diâmetro ligeiramente maior do que Mimas. A temperatura prevista na superfície de Tétis é de -187 °C.





Dione

Dione é uma das maiores luas de Saturno, orbitando a 377,4 mil quilómetros de distância desse planeta, sendo o seu período orbital de cerca de 66 horas. Como resultado da fricção das marés, a rotação de Dione é proporcional ao seu movimento orbital, mantendo sempre o mesmo lado virado para Saturno. Uma das características mais surpreendentes de Dione é a rede de penhascos cintilantes numa superfície escura que deve ter surgido a partir de movimentos tectônicos, o que se revelou uma surpresa para os cientistas. As sondas Voyager confirmaram que existia uma crusta gelada, ou seja, a solidez do astro é composta aproximadamente por 60 % de gelo e 40 % rocha. Parece também mostrar que uma parte substancial do gelo derrete. Uma possibilidade é que as suas diversas fraturas parecem ser devidas a liberação de água e possivelmente metano.





Reia




Reia é a segunda maior lua de Saturno com 1528,0 km de diâmetro e com um período orbital de 4,52 dias. Em 2010, a sonda Cassini, da Nasa, encontrou vestígios de oxigênio presentes na atmosfera de Reia. Porém, este não é um fator que consolida a hipótese da existência de vida em Reia, devido ela estar fora da zona habitável do Sistema Solar. Foi descoberto também que Reia talvez possua um sistema de anéis tênue. Se a informação se confirmar, seria a primeira descoberta de anéis em torno de uma lua planetária.







Jápeto




Jápeto é a terceira maior lua de Saturno com 1.436,0 km de diâmetro e com um período orbital de 79,32 dias. O hemisfério que conduz o movimento de Jápeto é extremamente escuro, refletindo apenas uma pequena percentagem de luz solar incidente. Enquanto que o hemisfério oposto é dez vezes melhor refletido. Isto torna Jápeto no corpo celeste conhecido com maior variação de brilho no Sistema Solar. A matéria no hemisfério rebocado é quase certeza ser de gelo de água, possivelmente misturado com metano gelado e outros gelos, como o de amonia. Toda a lua é essencialmente composta por gelo, portanto possui uma densidade bastante baixa.







Encélado

Encélado é o sexto maior satélite natural de Saturno. Foi descoberto em 1789 por William Herschel. Possui um oceano global de água líquida sob sua superfície gelada. Criovulcões no polo sul ejetam grandes jatos de vapor de água e outros voláteis como algumas partículas sólidas como cristais de gelo para o espaço Uma parte dessa água cai de volta sobre a lua como “neve”, outra parte é adicionada aos anéis de Saturno, enquanto outra parcela atinge o planeta. Encélado pode ser um dos melhores locais para que os seres humanos busquem por vida extraterrestre. 
Encélado é um dos únicos três corpos do Sistema Solar exterior, junto com Io (lua de Júpiter) com seus vulcões de enxofre e Tritão (lua de Netuno) com “gêiseres” de nitrogênio, onde é possível observar erupções ativas. As análises da liberação de gás sugere que se origina a partir de uma massa de água líquida no subsolo, o que, juntamente com a composição química original encontrada na pluma, alimentou especulações de que Encélado pode ser um local importante para estudos em astrobiologia.





Titã

Titã é o maior satélite natural de Saturno e o segundo maior de todo o Sistema Solar, atrás apenas de Ganímedes de Júpiter. É o único satélite que possui uma atmosfera densa e o único objeto estelar além da Terra onde já foram encontradas evidências concretas da existência de corpos líquidos estáveis na superfície. Ele foi descoberto em 1655 pelo astrônomo Christiaan Huygens, o primeiro satélite natural de Saturno descoberto e o sexto do Sistema Solar. Titã é o sexto satélite elipsoidal a partir de Saturno, orbitando seu planeta à uma distância de 1,2 milhões de quilômetros. Ele é formado principalmente de gelo e materiais rochosos. Sua atmosfera densa e opaca impediu um maior compreendimento de sua superfície até a chegada da sonda Cassini–Huygens em 2004. Desde então vários dados já foram descobertos, incluindo a existência de lagos de hidrocarbonetos líquidos nos polos. O satélite tem uma superfície geologicamente jovem com poucas crateras de impacto, porém já foram encontradas várias montanhas e possivelmente criovulcões.


A atmosfera de Titã é composta principalmente de nitrogênio, com componentes menores tendo levado à criação de nuvens de metano e etano, além de névoas orgânicas ricas em nitrogênio. O clima inclui ventos e chuva, criando uma superfície similar a da Terra com a presença de dunas, rios, lagos, oceanos (provavelmente de metano e etano líquidos) e deltas, sendo dominada por padrões climáticos sazonais. Os líquidos de sua superfície junto a enorme abundância de nitrogênio na atmosfera criam um ciclo de metano análogo ao ciclo hidrológico da Terra.


Titã está no topo da lista dos corpos celestes onde se pode encontrar formas de vida primitiva. Como curiosidade, daqui a 5 bilhões de anos quando o Sol ampliar 50 vezes o seu tamanho, Titã vai receber a mesma quantidade de energia solar que a Terra recebe hoje. Hipoteticamente e por um curto período de tempo, o satélite poderia tornar-se num mundo oceânico onde a vida prospera. E Titã é maior que a nossa lua terrestre.



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