quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Mafia III - Análise da Trilogia (Parte 3)

Games Análise
Por Fábio Alves


Finalmente chegamos a conclusão da análise da trilogia de jogos fechando com Máfia III lançado em outubro de 2016. Depois de desenvolver Máfia II com seus estúdios próprios a 2K Games optou em passar a produção do recente jogo para a novata Hangar 13. De cara o que se destaca é a mudança tanto de ambientação quanto de narrativa. A história se passa em New Bordeaux, uma recriação fictícia de New Orleans, sul do Estados Unidos, numa época turbulenta onde movimentos de direitos civis, protestos anti racistas, guerra do Vietnã e assassinatos de líderes notórios são o estopim de uma violência descontrolada. Diante desse cenário surge Lincoln Clay, veterano da guerra do Vietnã que retorna para sua cidade com alguns traumas de guerra e após seu grupo ser traído pela máfia italiana, parte para uma vingança sem igual.





Esse início, permeado por uma retrospectiva das ações de Lincoln narrada no futuro em forma de documentário, cria uma fascinante ambientação e desperta a curiosidade. Vale lembrar também a abordagem do racismo, visto o personagem ser mestiço e isso se torna muito escancarado quando o mesmo sofre de diversas ofensas, tanto racistas quanto por ser veterano de guerra. Tudo isso para localizar o jogador em uma época difícil nos Estados Unidos, mais precisamente em 1968, onde a trégua de gangues mafiosas começava a ruir por não haver mais a hegemonia da máfia italiana. E esse choque entre gangues diversas como de negros, haitianas, irlandesas e demais criam o fio condutor da história.






Sendo um game de mundo aberto, é fantástica a recriação geográfica de New Orleans, com suas comunidades, culturas locais, pântanos, etc. Mas semelhante à Máfia II, novamente há uma falta de criatividade nas missões, mesmo com a inclusão de algumas missões paralelas à trama principal, ficando uma grande cidade sem ter muito o que fazer. 








E mesmo a trama principal sofre aqui quando o protagonista entra num transe de vingança onde cabe ao jogador apenas desmantelar negócios do chefão Sal Marcano, seja destruindo negócios ou assassinando líderes de seus diversos negócios. No início é divertido e empolgante mas com o game girando em torno de 30 horas para ser finalizado se torna repetitivo.






A sua jogabilidade é competente principalmente com a combinação de mira e cobertura, mas sem inovações, tendo grande quantidade de armas a disposição. Os veículos sofrem de um desequilíbrio quanto a física aplicada, ora danificando com um pequeno esbarrão em outros veículos, ora ficando inteiro com uma grande batida. Mas a sua dirigibilidade é realista para os veículos da época. Uma característica negativa é quanto a personalização do personagem ser inexistente usando o mesmo casaco militar o jogo todo. Mas futuramente a produtora abrirá esse leque de opções pois agora em dezembro de 2016 liberou gratuitamente a personalização de veículos. Mas a história é mesmo o ponto alto do game e as diversas cutscenes mantém um alto nível e as expressões faciais são as mais realistas e incríveis já criadas.



Com gráficos bonitos e bem polidos, com uma paleta de cores mais amarelada, o jogo desenvolve uma personalidade pra si, mas sofre com alguns bugs tanto em gráficos quanto de jogabilidade. É um jogo competente e até mesmo surpreendente pela sua intrigante história mas é recomendado que seja jogado de forma cadenciada e alternando talvez com outros jogos para não se tornar tão repetitivo a ponto de ser largado. Mas sua história vale muito a pena principalmente por ter se distanciado dos clichês de ascensão de máfia italiana. Tanto que ao final o jogador tem diversas opções quanto ao destino de Lincoln Clay. 

     
                                               


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