sábado, 23 de dezembro de 2017

Star Wars Os Últimos Jedi - Filme mais controverso da franquia

Filmes Análise
Por Fábio Alves

Obs: Leves Spoilers



Quando Star Wars O Despertar da Força encerrou com a protagonista Rey (Daisy Ridley) encontrando o velho Luke Skywalker (Mark Hamill) e lhe devolvendo seu sabre, ele apenas observou e abriu a partir daí um leque de opções narrativas. A Disney ao trocar para o diretor Rian Johnson correu o risco de ter uma interpretação mais pessoal daquela situação e fugir um pouco do canône estabelecido. E foi o que ocorreu.








Luke além de recusar seu sabre, que também era de seu pai Anakin Skywalker (Darth Vader), joga fora todo um contexto do personagem na qual fãs de décadas estavam acostumados. Deu lugar a um homem amargurado e sem perspectivas e como disse um velho mestre, olhando para o horizonte ao invés de olhar para os problemas a sua frente. Seu arco poderia ter sido mais tradicional e remetendo ao Luke da primeira trilogia. 



Mas o ator Mark Hamill esta fantástico na interpretação e seu arco final é surpreendente e poderoso. Mas também também causou umas das principais controvérsias desse episódio.





O filme se arrisca ao apresentar ambiguidades de diversos personagens tanto da velha geração quanto da nova. Torna mais cinza as posturas de personagens centrais como herói e vilão e questiona seu papel naquela situação. Luke quase cede as trevas quando visualiza o futuro de seu pupilo Ben Solo e na qual acaba se tornando o vilão Kylo Ren (Adam Driver). Este por sua vez vislumbra uma redenção ao lado da carismática Rey ao se chegar um pouco ao vilão para tentar salvá-lo, assim como Luke fez com seu pai em O Retorno de Jedi. Mas para a terceira parte do filme todas as peças voltam para o seu devido lugar, sendo isso apenas um rodeio narrativo.





Rey volta para ajudar a Resistência contra o ataque massivo da Primeira Ordem e observa que o vilão nao tem redenção. Luke, mesmo com seu jeito teimoso, acaba ajudando a Resistência e a própria Rey e Kylo Ren sobe mais um degrau tomando o controle total se consolidando como o vilão a ser combatido no terceiro filme (Episódio IX).






O filme é perfeito tecnicamente, com um controle preciso de suas tomadas e com uma das melhores fotografias de toda franquia. Mas sofre com alguns arcos sofríveis como o do Finn junto com a nova personagem Rose. E há alguns furos de continuidade e personagens que surgem tão rápido e se vão, que se torna tudo muito superficial. Leia Organa (Carrie Fisher - falecida esse ano) como general da Resistência tem seu papel com maior importância nesse filme e o piloto Poe Dameron (Oscar Isaac) tem uma das melhores cenas de ação do longa. A crítica esta elogiando o filme pela sua ousadia e coragem ao desafiar o convencional. Mas para muitos fãs de longa data o que se salva são as belas referências à velha trilogia com a aparição de um personagem icônico e com diversas referências. 




O ponto crucial da nova trilogia está em tentar se desligar da velha trilogia clássica ao apresentar novos elementos e personagens. Mas pra isso precisa trazer carisma e encantar os fãs como George Lucas fez há 40 anos atras. E acredito que a Disney ainda não conseguiu onde não se pode distanciar tanto da essência de Star Wars que tem toda sua mitologia. J.J. Abrams, diretor do primeiro filme irá voltar para dirigir o terceiro filme e fechar a trilogia. Com certeza ele irá fazer mudanças diante da recepção mista desse filme. As vezes no mais simples estão as respostas: existe apenas luz e trevas. Ou se esta de um lado ou de outro.

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